15 de novembro – Proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil

15 de novembro, dia de feriado para os brasileiros. Muitos aproveitam para ir à praia, ao cinema, a um barzinho ou simplesmente ficar em casa com amigos e familiares. Mas se saíssemos perguntando ao povo nas ruas: “15 de novembro é feriado de que?” – será que saberiam responder? A resposta seria não!

O golpe militar de 15 de novembro de 1889 destronou o Imperador D. Pedro II e substituiu a Monarquia Parlamentarista Constitucional pela República da Espada. O povo dormiu no regime monárquico e acordou no republicano.

O levante foi liderado por um monarquista que era até então fiel ao imperador – o Marechal Deodoro da Fonseca. Ele foi convencido pelos positivistas como Benjamin Constant Botelho de Magalhães, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales, Aristides Lobo e Demétrio Ribeiro.

A monarquia entrou no Brasil por aclamação. No dia 12 de outubro de 1822, D. Pedro I foi aclamado Imperador do Brasil. O regime monárquico impediu que a nação brasileira se fragmentasse como uma cocha de retalhos. A república veio através de golpe militar e sem aclamção popular. Com medo de que o povo ficasse do lado do Imperador, a Família Imperial foi obrigada a partir às pressas em plena madrugada.

D. Pedro II não ofereceu resistência. Desejou sucesso ao novo regime. O governo provisório que teve, como primeiro presidente o Marechal Deodoro, ofereceu ao imperador deposto uma indenização considerada muita alta para a época e uma pensão vitalícia, mas ambas foram negadas pelo monarca. D. Pedro disse que apenas queria levar dois sacos de terras do Brasil, pois queria ser enterrado, no exílio, com terras brasileiras.

Dentre algumas das ações do governo de Deodoro temos:

      

         Censura à imprensa;

   Fechamento do congresso;

   Aumentou o próprio salário;

       Não foi feito um plebiscito ou consulta popular sobre o novo regime;

  Anos de ditadura com a chamada “República da Espada” e posteriormente a “República do Café com Leite”.

República da Espada

República do café com leite

     

           O Brasil começou a copiar os Estados Unidos da América no nome e até na bandeira.

Bandeira dos Estados Unidos da América

Bandeira da República dos Estados Unidos do Brasil

Sobre o fim do Império o Visconde de Ouro Preto proferiu:

"O Império não foi a ruína. Foi a conservação e o progresso. Durante meio século, manteve íntegro, tranqüilo e unido território colossal. O império converteu um país atrasado e pouco populoso em grande e forte nacionalidade, primeira potência sul-americana, considerada e respeitada em todo o mundo civilizado. Aos esforços do Império, principalmente, devem três povos vizinhos deveram o desaparecimento do despotismo mais cruel e aviltante. O Império aboliu de fato a pena de morte, extinguiu a escravidão, deu ao Brasil glórias imorredouras, paz interna, ordem, segurança e, mas que tudo, liberdade individual como não houve jamais em país algum. Quais as faltas ou crimes de dom Pedro II, que em quase cinquenta anos de reinado nunca perseguiu ninguém, nunca se lembrou de uma ingratidão, nunca vingou uma injúria, pronto sempre a perdoar, esquecer e beneficiar? Quais os erros praticados que o tornou merecedor da deposição e exílio quando, velho e enfermo, mais devia contar com o respeito e a veneração de seus concidadãos? A república brasileira, como foi proclamada, é uma obra de iniqüidade. A república se levantou sobre os broqueis da soldadesca amotinada, vem de uma origem criminosa, realizou-se por meio de um atentado sem precedentes na história e terá uma existência efêmera!"

                                                                   Visconde de Ouro Preto