MAIOR RESERVA DE PETRÓLEO DO MUNDO


Por Carola Solé, 20/07/2012 19:04


Faixa do Orinoco: a maior reserva mundial de petróleo fica na Venezuela





Localizada no leste da Venezuela, a Faixa do Orinoco é a maior reserva de petróleo do mundo e colocou no ano passado o país como a nação com mais oferta deste produto no planeta, inclusive à frente da Arábia Saudita.

A Venezuela era em 1936 o maior exportador mundial de petróleo, embora se acreditasse que suas reservas tivessem apenas mais 20 anos de vida. No entanto, a sorte do país mudou em janeiro daquele mesmo ano, quando foi descoberta a Faixa do Orinoco.

Foi a extinta petrolífera americana Standard Oil que perfurou o poço "Canoa 1", o primeiro descoberto no norte do rio Orinoco (leste) e que passou a fazer parte da chamada Faixa do Orinoco, essencial para que a Venezuela fosse considerada em 2011 pela Opep como o país com as maiores reservas certificadas de petróleo no mundo.

Desde essa primeira descoberta de petróleo extrapesado até os dias de hoje, este depósito de ouro negro passou das mãos de transnacionais que comercializavam seu petróleo a preço de betume ou carvão, até viver uma nacionalização em 2007 e a vender sua riqueza acima dos US$ 100.


A maior reserva mundial

Com uma extensão de 55.314 km2 e uma área de exploração de 11.593 km2, a Faixa do Orinoco fica ao sul dos estados centro-orientais de Guárico, Anzoátegui, Monagas e Bolívar e se caracteriza por abrigar um petróleo pesado e extrapesado de difícil extração e que deve ser misturado para ser exportável.

A reserva se divide em quatro grandes áreas, Boyacá, Junín (o de maiores reservas), Ayacucho e Carabobo, que por sua vez estão divididas em 29 blocos de cerca de 500 km2 cada um.

Graças à certificação do petróleo da Faixa do Orinoco, onde se encontram quase 75% das reservas do país, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reconheceu em seu relatório anual de 2010, divulgado em julho de 2011, que a Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo.

O país caribenho tem, segundo o organismo do qual é membro fundador, reservas provadas de petróleo de 296,5 bilhões de barris, 24,8% das reservas do cartel petroleiro.

Desta maneira, a Venezuela superou pela primeira vez as reservas da Arábia Saudita, que tem 264,520 bilhões de barris e representa 22,2% do total de reservas da Opep.



Efe



A nacionalização

Atualmente, o Estado venezuelano possui pelo menos 60% das empresas mistas que operam na faixa, depois que o presidente, Hugo Chávez, decretou em fevereiro de 2007 a nacionalização do maior depósito de petróleo do mundo.

Essa operação teve como objetivo acabar com o controle que consórcios estrangeiros principalmente dos Estados Unidos, França, Noruega e Reino Unido tinham na Faixa do Orinoco desde a década de 90.

Aproveitando a chamada abertura petrolífera, multinacionais como as americanas Exxon Mobil, Chevron e Conoco-Phillips; a francesa Total; a norueguesa Statoil; e a britânica British Petroleum, operaram os campos da faixa em "associações estratégicas" junto com a PDVSA (Petróleos de Venezuela S.A.), que tinha minoria acionária.

Naquele tempo, segundo denuncia o Governo de Chávez, as empresas estrangeiras vendiam o petróleo venezuelano como se não fosse petróleo, mas betume ou carvão, a cerca de US$ 3 o barril, gerando receita de apenas US$ 23,4 bilhões em dez anos.

"A abertura petrolífera não foi mais do que a tentativa de tirar definitivamente dos venezuelanos sua maior e mais poderosa riqueza natural, a tentativa do imperialismo de se apossar para sempre da maior reserva petrolífera do mundo", criticou então o presidente venezuelano.

Diante desta situação, o líder decidiu em 2007 nacionalizar o setor e criar empresas mistas com maioria acionária do Estado, fazendo com que estas passassem a ser filiais da estatal PDVSA e aumentando a regalia do antigo 1% para ao redor de 30%.

Chávez brincou em muitas ocasiões sobre "o mapa do mundo" que se encontra representado na Faixa do Orinoco onde, atualmente, estão presentes firmas de países tão diferentes como Vietnã, Itália, Inglaterra, Índia, Japão, China, Rússia, Espanha e Estados Unidos.



O motor do desenvolvimento

Para o Governo, a Faixa do Orinoco aponta para se transformar no "grande motor do desenvolvimento" do país, levando em conta que sua principal fonte de receita são os petrodólares.

Embora a reserva petrolífera ainda se encontre em uma fase inicial de exploração, e calcula-se que produz apenas 150 mil barris diários, espera-se que o começo de novos campos contribuam para elevar a pequena produção nacional de ao redor de três milhões de barris diários em 2011, para 3,5 milhões no final deste 2012.

Até agora, a dificuldade de extração do petróleo extrapesado - que deve ser melhorado com um grau mais leve para poder ser exportado - atrasou a eclosão da região.

A fim de transformar a Faixa no verdadeiro motor econômico de seu projeto socialista, o Governo venezuelano ativou o chamado Plano Socialista Orinoco, para que paulatinamente sejam incorporados na região até meio milhão de trabalhadores em seis anos.

No entanto, a maior reserva petrolífera do mundo parece ainda desértica e inóspita. Serviços como água e luz são poucos, apenas algumas estradas ligam poços de petróleo e a maioria de seus trabalhadores vive entrincheirada em acampamentos, enquanto esperam a chegada do fim de semana para irem com suas famílias às cidades próximas.

Recentemente, o ministro da Energia e Mineração, Rafael Ramírez, disse que o Governo prevê investir este ano US$ 5 bilhões para "garantir a operabilidade" dos campos da faixa, ao mesmo tempo em que anunciou que se avança na construção de quase 15 mil casas e na instalação de infraestruturas para tornar a região habitável.

Se tradicionalmente o estado de Zulia (oeste) concentrava a maior atividade petrolífera, agora o desafio do Governo é transformar este rico e gigantesco poço de "ouro negro" em uma atividade econômica factível e real.

"Dentro de uns, eu calculo que dez anos, poderemos estar no primeiro lugar, outra vez, dos exportadores mundiais", disse em dezembro do ano passado um otimista Chávez.

Reviver a época dourada que, desde os anos 30 e até os 70 a Venezuela viveu como maior exportador mundial de petróleo, pode ser possível, outra vez, graças à Faixa do Orinoco.







Comentários

  1. uma bela reportagem de que nosso planete terra ainda tem muitas supresas geologicas pro mundo!!!!

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