FORTE SÃO MARCELO - O INÍCIO DO DESESPERO

Foto: Google

O tempo passava e continuávamos sem encontrar um mecenas na terra de Castro Alves e Rui Barbosa, nem fora dela, para patrocinar a restauração do Forte São Marcelo. 


A ABRAF recebeu o forte em ruínas, sem píer e sem flutuante que permitisse a atracação de embarcações a qualquer hora do dia ou da noite, independentemente das condições das marés. O acesso era feito em barcos pequenos e com a maré cheia e os passageiros tinham que subir por espaços precários e correndo o risco de acidentes. O forte não tinha portas, nem janelas, chovia dentro das celas, a impermeabilização estava comprometida, limo e fungo cobriam as paredes internas e externas do forte, o mato cobria todo o piso e verdadeiras árvores brotavam de suas muralhas. A água, energia e sanitários da reforma do início dos anos 80, não mais existiam, até os cabos submarinos sumiram e toda a fiação foi roubada. 



A primeira providência da ABRAF foi exigir como condição “sine qua non” para assumir o forte, que o Iphan possibilitasse o acesso ao mesmo. Embora não concordassem com a exigência, se renderam aos argumentos e, já em fevereiro de 2001, estavam concluídos o píer e o flutuante. 





Em novembro de 2004, decidimos abrir o Forte São Marcelo nas condições em que se encontrava. O objetivo era sensibilizar as pessoas, as autoridades e a mídia no sentido de conseguir meios para restaurá-lo. O forte tinha história, foi um baluarte na defesa da cidade e do seu porto. Os visitantes ficavam encantados e achavam um absurdo a falta de apoio. Conseguimos manter o forte aberto à visitação pública por seis meses, até maio de 2005, quando voltamos a fechá-lo. O déficit da experiência foi de R$ 10 mil reais.

Estávamos no limiar do desespero, aproximava-se a metade do tempo de vigência do Termo de Cessão de Uso e não havíamos conseguido abrir efetivamente o forte. No mês de agosto mandamos fazer uma limpeza geral no monumento. Para isso, contamos com o apoio da Limpurb, que colocou vinte e cinco homens para ajudar no trabalho de limpeza. 


Após tudo estar limpo e o lixo retirado, cismando à borda da cisterna sobre as dificuldades em conseguir os meios necessários para a revitalização do Forte; resolvemos ligar para o presidente da Fundação Gregório de Matos, Dr. Paulo Costa Lima, solicitando dois mil reais, por mês, para pagar os custos do barco para o transporte dos visitantes. Caso positivo, assumíamos o compromisso de abrir o Forte. O resultado dessa investida foi a promessa de conseguir quatro mil reais e só. Desses, recebemos dois. 

Paulo Lima - Ex - Presidente da Fundação Gregório de Matos (Foto: Google)

(continua em O FIM DO DESESPERO)

Anésio Ferreira Leite
Diretor Presidente da ABRAF
+ 55 71 9122-8776 / e-mail: abraf.presidencia@gmail.com

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