PENSAR SALVADOR (2)

Foto: Iure Ribeiro


Existem valores e qualidades que todo administrador público deve possuir no trato com a coisa pública. Além da honestidade e seriedade, deve possuir e desenvolver, coragem pessoal, capacidade de decisão e sabedoria para identificar as coisas que podem ser mudadas das que não podem. Possuir um elevado senso de obviedade e de justiça e estar aberto a novas idéias e novas soluções para problemas antigos, sabendo que, existe sempre uma segunda solução certa para qualquer problema. 

Foto: Google
Há algum tempo, participando de uma reunião com experts da área de trânsito, sugerimos a adoção de uma única velocidade para as ruas e avenidas da cidade do Salvador. Consideraram a sugestão estapafúrdia. Bateram forte contra a ideia. Desconheciam a experiência em outras cidades Como se fossemos obrigados a seguir apenas o que outros já houvessem adotado. Abdicando, por antecipação, do ato de pensar diferente e inovar. 

Agora, vejam vocês, as vantagens que uma medida como essa poderia trazer para a cidade e para as pessoas. A adoção de velocidades diferentes para as vias ou mesmo mais de uma velocidade para a mesma via, causa estresse ao condutor, pela atenção redobrada que é obrigado a manter, durante todo o tempo, para não ser multado pelas barreiras eletrônicas. Algumas vias chegavam a ter mais de duas velocidades. Um absurdo! O que mais estressava era identificar a partir de que ponto começava a nova velocidade. 

Outro aspecto positivo seria a redução da quantidade de placas indicadoras de velocidade, bastando, tão somente, colocá-las nas vias de acesso à cidade. A única preocupação do motorista seria manter o seu veículo com a velocidade abaixo da estabelecida. Seria menos estressante dirigir. 

A economia gerada nos dois casos é evidente, menos gasto com saúde e menos gastos com sinalização. Considerando que, quanto mais estresse, mais possibilidades de acidentes, a recíproca é verdadeira, quando menos estresse, menor probabilidade de acidentes. 

Qualquer que seja a velocidade adotada, se de 60 ou de 70 km, ninguém precisa de maior velocidade para chegar ao destino dentro da cidade. A preocupação deve ser em sair mais cedo de casa, de sua zona de conforto, para que, depois, não venha a estressar-se, querendo tirar a diferença na velocidade, vindo a causar danos materiais, financeiros e de vida. 

A adoção de um projeto como esse exige o apoio da Câmara de Vereadores para bem avaliar e discutir a proposta. O chefe do executivo deve ter a coragem necessária para enfrentar a reação dos comodistas que acreditam e defendem, que a prioridade deve ser dos carros e não das pessoas. Temos que pensar na qualidade de vida de quem mora na cidade.







Anésio Ferreira Leite 
é formado em Administração de empresas e
Diretor Presidente da ABRAF
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e-mail: abraf.presidencia@gmail.com

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