O ABANDONO DO FORTE SÃO PAULO DA GAMBOA

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 Forte S. Paulo da Gamboa em ruínas
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É inacreditável como existe um descaso com as fortificações militares. O Forte de São Paulo da Gamboa foi muito importante para o sistema de defesa da cidade, atuava em parceria com o Forte de São Pedro na proteção da entrada da Baía de Todos os Santos. Nele foi instalado na segunda metade do século XIX, o maior canhão já existente numa fortaleza, em Salvador. O forte está em completo abandono, hoje ocupado por famílias que nele residem há mais de sessenta anos. Suas muralhas apresentam danos motivados pela ação do tempo, das marés e da incúria dos homens. Nunca passou por um processo de manutenção e conservação, muito menos, de restauro. É um monumento tombado e sua manutenção e conservação é de responsabilidade do Iphan. 

Há uns três anos apresentamos ao Serviço de Patrimônio da União (SPU), um projeto para a revitalização do mesmo. O projeto estava embasado no interesse de alguns empresários dispostos a investirem recursos financeiros para ali desenvolverem atividades sociais, culturais, de lazer e de turismo, em parceria com a ABRAF, nos mesmos moldes do Forte São Marcelo. O SPU não se dignou, sequer, a responder à pretensão da ABRAF, como proponente do processo de mudança. 

Forte do Barbalho / Foto: Google
O projeto previa a construção de um prédio nos arredores do forte para a instalação das famílias que hoje moram lá, o restauro de suas instalações internas e de suas muralhas, bem assim, uma via de acesso através de passarela até o Solar do Unhão. De imediato, seria estabelecido um receptivo com alunos das faculdades de turismo, história e museologia e de um restaurante para atender aos visitantes. A proposta visava, também, aproveitar a mão-de-obra do local onde está situado. Nem sequer responderam. 

Como as coisas podem ir para frente se as pessoas que estão no comando de órgãos importantes do governo, sequer, dignam-se a receber e discutir uma proposta de parceria e contribuição à sempre deficitária disponibilidade de recursos públicos? Não dá para entender. 

Forte Santa Maria
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Outros fortes de Salvador não têm merecido a atenção do poder público, como os de Santa Maria e do Barbalho. O primeiro localizado em área de grande visibilidade no Porto da Barra e o segundo, por ser o maior dos fortes da cidade e ter sido um baluarte na expulsão dos holandeses de Maurício de Nassau. 

Com a palavra o Serviço de Patrimônio da União (SPU), atual Superintendência Regional do Patrimônio da União (SRPU), e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Mudam-se os nomes, mas não muda a cultura, nem a filosofia de uso e emprego desses monumentos. É preciso entender que a função é que dá vida ao monumento e, através dela, a sua conservação e utilidade pública. Só se ama o que se conhece!










Veja também: Ministério Público Federal  aciona  União e IPHAN para recuperação do Forte São Paulo da Gamboa:


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